Eu tinha que escolher uma roupa em menos de trinta minutos para ir para uma festa que eu não queria. Estavam literalmente me puxando para lá, me tirando da minha própria casa, e o pior, minha irmã estava do lado deles, e o pior ainda, ela estaria lá.
Durante todo esse mês, nunca parei e perguntei pra Carol como ela tinha ficado, o que estava acontecendo na vida dela, eu, literalmente, só me sentia próxima da minha irmã, por que eu estava o mais longe que podia dela.
No meio das roupas achei um retrato, nele estavam, Carol, eu, e meu pai, essa foto devia ser considerada uma relíquia de família, meus pais estavam sorrindo. Sentia saudades deles juntos, mas só de lembrar em como foi a separação, bleh, dá medo.
E logo atrás achei uma caixa, resolvi a deixar de lado, porque eu já estava atrasando, e estavam me apressando, e eu ODEIO quando me apressam. Somente faltava-me pegar a bolsa, e eles estavam incomodando.
- Anitta! - Carol berrava lá de baixo.
- Estou indo! - peguei a bolsa, e o celular e desci ás escadas achando uma gangue na minha sala.
- Nossa! Quanta gente! - me mostrei surpresa.
- Ani, tá linda. - Amanda se mostrava a frente, ela também estava.
- Que nem você. Mas enfim, quem é toda essa gente? - olhei á todos, dando oi.
- Me diga quem você conhece daí.
- Deixa eu contar! Um.. - e a olhei surpresa, sem encontrar mais ninguém que eu conhecesse. - Quem é essa gente?
- Pergunta pra Caroline.
- Leva todos lá pra fora que eu já vou. - a disse olhando diretamente para Caroline, e indo em direção á ela.
- Carol, vem comigo, aqui, rapidinho. - puxei-a pelo braço até a cozinha. - Quem é toda essa gente?
- Amigos, ora.
- Aonde você conheceu toda essa gente?
- Na escola, em festas, uns são amigos do meu namorado.
- E você quer ir de bando pra uma festa?
- Eu odeio ir sozinha pras coisas e como todos eles também conhecem o anfitrião os chamei pra gente ir daqui, porque eles moram longe.
- Porra, Carol! Mamãe sabe com quem você está andando?
- Engana-se você se acha que ela se importa comigo aqui nessa casa. Ninguém se importa comigo aqui! Sou eu por eu, mamãe só liga para aquele marido e para o trabalho! Isso tudo que está acontecendo nessa casa é porque você está aqui. E se me dá licença, eu tenho uma festa pra ir! - ela saiu dali com as lágrimas quase caindo.
Logo me virei para pegar uma água e vi Matheus saindo do banheiro.
- Desculpe.
- Eu que peço desculpas, eu precisava realmente ir ao banheiro e precisei entrar aqui sem avisar.
- É de casa, Mat.
- Tudo que minha irmã disse é verdade? - perguntei a ele.
- Pelo que parece sim. Sua irmã não continua a mesma menininha que era a dois anos. Eu admito se ela fosse mais velha, eu pegava!
- Se apaixonou pela mais velha, o que seria pegar a mais nova? - olhei-o provocando.
- O que seria não é? - ele me olhou com um sorriso no canto da boca.
- Bom, vamos, devem estar nos..esperando. - comecei a caminhar em direção á sala, e ele veio junto, logo saímos e vimos somente Amanda ali na frente.
- Só eu fiquei esperando. - logo começamos a andar, e ela nos seguiu automaticamente.
- Percebem isso?
- O que?
- Tudo aqui, está como nos velhos tempos. Nós três. - sorri ao lembrar de tudo que passei com eles.
- É verdade. Mas nem tudo está como antes. - percebi um olhar dos dois.
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